sábado, 30 de junho de 2012

Quando o olhar é natural.

Quando pessoas se encontram, sempre há algo que marca; seja a forma como a pessoa abraça, seja o jeito como ela sorri, ou então o olhar. Particularmente, acredito ser o olhar a base de um relacionamento, entenda, quando cito relacionamento pode ser de qualquer gênero. Os olhos definem as emoções das pessoas, eles transmitem a sensação do momento, a forma como o olhar conduz a um sorriso, a forma como um olhar transmite desejo, a forma como um olhar se remete a lágrimas. Em alguns casos, quando pessoas mantém uma proximidade, sendo ela em festa ou até mesmo no cotidiano, elas conseguem entender cada forma de olhar, conseguem saber se a pessoa está feliz ou não, mas nesse caso em específico, não havia tristeza, era apenas as "paixões" refletidas. Ele olhava ela e ela o olhava, ambos sabiam muito bem a qual caminho esses olhares seriam guiados e por mais que talvez não tenha sido no momento certo, aconteceu. Os dois juntos, conversando, rindo, dançando, sim.. tudo em gerúndio, e por fim, os dois como um rápido "casal". Dias foram se passando e o afastamente foi inevitável, ela não queria proximidade porque preferia lembrar daquela cena, ou, lembrar do pouco que conseguia, e ficar com aquela lembrança boa, somente a parte boa de uma noite, somente lembrar dos olhares dele. "Eu vejo e leio todos seus sinais, só quero que me mostre.." Algumas pessoas possuem bagagens antigas e por esse fato despertam medo para com as outras pessoas, o que tem que ser dito é que cada pessoa marca de uma forma diferente, algumas mais outras menos, mas todas, sem exceção alguma marcam e aqueles olhos expressivos marcaram e continuam marcando quando ela lembra dele.

Impossível ou pouco provável?

O que nos possibilita julgar tal ato como certo ou errado são justamente as nossas escolhas e são elas que devemos ter como base quando precisamos entender os tantos porquês que rodeiam a nossa vida. Escolhemos algo por inúmeros motivos, sejam eles fúteis e banais, ou não.. O fato é que, possuímos o poder de escolher o que é bom ou não, certo ou errado, justo ou injusto, enfim.. possuímos esse poder para decidir entre dualidades que podem vir a ser boas ou não, sempre há essa dúvida entre as escolhas, mas é preciso decidir entre uma e outra, ficar "em cima do muro" não dá mais.. Ela escolheu, decidiu ficar com ele, mesmo que isso pudesse futuramente levar ela ao sofrimento, ela decidiu dar uma chance para esse novo sentimento, decidiu deixar que ele se aproximasse dela e que novas experiências fossem vividas, mesmo que por uma fatalidade algo desse errado e ela ficasse magoada. Ele decidiu, que ela seria só mais uma para ele e que ele não iria largar nada por ela, talvez eles até pudessem ser um lindo casal, mas ele não quis e da forma mais egoísta possível, deixou ela "plantada" esperando por ele. Esse exemplo é o que ocorre muitas vezes, isso é a realidade, é uma pessoa querer e a outra não, são casais não dando certo porque um não possui a vontade de tentar, não quer se disponibilizar a mudanças e é não somente por esse motivo, mas esse é um dos motivos que relacionamentos não são duradouros, porque um dos envolvidos não tem essa pretensão de que dê certo, porque pode estar ali por comodismo ou porque quer saber como é um namoro, enfim.. Relacionamentos não dão certo sempre que você acha que pode dar ou quando se encanta por alguém, relacionamentos, muitas vezes podem ser mal acabados e é isso que você tem que saber antes de se jogar em alguém, criar expectativas levam ao erro, agir somente com a emoção também. Então, antes de tudo, mantenha os pés no chão, avalie tudo, reavalie se preciso for e veja se é isso que você deseja porque despertar sentimentos em pessoas que você não será recíproco é como plantar uma flor sem regá-la.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Nota

É como se houvesse um grande precipicio entre eles. Antigamente em um passado não tão distante, tinham tamanha liberdade e diferente dos outros casais, tinham uma grande intimidade, apesar do pouco tempo em que se conheciam, sabiam que entre eles não havia nada além deles, não havia nada além dos olhares, dos abraços longos e da tamanha atração que os perseguia e fazia com que ficassem ali, inseparáveis. Caminhando juntos, as mãos se entrelaçavam como se sempre estivessem unidas.. "Quando se sonha só é só sonho, mas quando se sonha junto, se realiza." Pensou ela e desejou com todas as forças possíveis que os sonhos que eles planejavam realmente se realisassem, mas dias depois, tudo se foi.. Ele se foi, os sonhos se foram, a presença não estava mais ali e o cheiro dele ainda estava em seu travesseiro, mas tempo depois, sumiu também.
"Aconteceu, estava escrito assim, eu em você, você em mim, eu te encontrei.." Agora, caminha sozinha, como sempre caminhava e anda, vagando pelas ruas vazias, procurando aquela felicidade que se foi com ele, vaga em busca daquela sensação de estar apaixonada e vai, vai, vai e indo, vai indo.. As vezes, quando o vento sopra seus cabelos por entre as ruas cheia de pessoas vazias, ela sente como se ele ainda estivesse ali, do lado dela, a acompanhando pelo dias que passam, mas logo nota que ele está longe, longe como nunca esteve até então, e por mais que a sua vontade fosse de correr para ele e acabar com todo esse afastamento, ela sabe que deve ficar assim, tudo como está, mais uma vez abrindo mão de algo que ela não tinha a pretensão de abrir mão e que agora por mais que seja ruim, ela precisava voltar a caminhar sozinha, ela precisa acordar e abrir os olhos e ver que não ninguém além dela na cama e que só tem uma xícara de café na mesa. A vida segue, sempre seguiu e mais uma vez seguirá, entre uma mensagem e outra ela lembra que havia algo nele que não havia nos outros meninos, o encaixe perfeito de seus corpos, suas mentes e seus olhares, mas.. sempre há capítulos sem términos, esse é só mais um.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"Perguntar se é tarde para ligar.."

O telefone "gritando" encima da cama e ela no outro cômodo acaba ouvindo apenas o final da canção, "ele vai mudar, escolher um jeito novo de dizer alô.." e ela corre ofegante, com todas as expectativas possíveis de que seja ele e por finalmente, era... Ela atende, trêmula, sem saber ao certo se diz "alô", "oi" ou não diz nada, atendeu sem muitas palavras, primeiramente porque a felicidade era tanta que não lhe permitia falar muitas coisas, por segundo que ela mesma estava com tantos "tipos" de ódios em si que sua vontade era pegar e desligar o telefone, mas como sabia o quanto esperou por aquele momento e como também sabia que aquela poderia ser sua única chance de poder dizer mesmo que por telefone tudo que precisava falar para ele. Então, atendeu e entre os poucos segundos falados, um encontro foi marcado. Ao chegar no local combinado, com ênfase para a pontualidade porque não havia algo que lhe deixasse mais furiosa do que atrasos, ele estava lá, sentado num canto meio obscuro do restaurante, olhando diretamente para ela com um semblante de quem teria muito o que se desculpar e ela, querendo por vezes correr e atira-se em seus braços, querendo abrir um sorriso de orelha a orelha, foi firme e caminhou severa, dura e fria até a mesa. As horas foram se passando e a conversa estava longa e envolvente demais para colocar um ponto final em tudo sem nem ao menos deixar que ele pedisse perdão para toda as atrocidades que ele havia cometido com ela num passado não tão distante e que por sinal ainda estava muito presente no presente. Ali estava uma cena típica de um casal que havia muitas questões para serem resolvidas porque como muitos sabem, há relacionamentos que terminam das piores formas possíveis, a grande maioria termina de uma forma ruim, e o deles não fosse diferente, não querendo culpar apenas ele porque quando se cria laços afetivos, tem que saber que a culpa de não ter continuado dando certo, não é apenas do seu parceiro, mas é também sua e normalmente, quando os relacionamentos terminam o casal se baseia em culpar o outro pelo término, esquece talvez o mais essêncial de tudo, rever os erros, perceber onde foram que as mudanças complicaram o convívio e porque o término é a melhor opção. Eles, continuaram ali resolvendo suas diferenças porque bem no fundo ainda havia amor, na verdade, sempre haverá o amor, mesmo que ele mude de foco e direção, mesmo que queira ser esquecido, amor é sempre amor e permanece conosco, mesmo que seja ali escondidinho no fundo do cérebro, sim, porque sentimos com o cérebro e não com o coração, o qual é apenas um orgão, "apenas" um orgão vital para nossa existência, o que engana nisso é que convencionou-se pensar que sentimos com o coração e esquecemos que as emoções, pensamentos, etc.. são funções do cérebro. Enfim, entre tantas diferenças permanecia com eles duas igualdades, a saudade e o amor e ela se surpreendeu quando em meio a uma frase e outra, ele a tomou nos braços e a beijou. "Ele gosta dela, ela tem saudade.." ♫

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Temporal

Engraçado azar, pensou ela. Caminhou por entre os livros, disfarçou o olhar, evitou a presença, fugiu das conversas e ali, mais uma vez o encontrou. Parecia perseguição, sem mais palavras para serem ditas além de "oi", o qual bastou para perceber o quão distantes estavam, o quão distante haviam ficado e, por mais horrível que fosse, haveria de continuar sendo assim. O silêncio a tomou, quis por vezes lhe falar tudo que precisava dizer, exceto por finalmente notar que nada deveria ser dito porque honestamente não teria mais nada para dizer, ela já havia entendido muito bem as entrelinhas e mesmo que custasse acreditar, dolorosamente ela entendeu. Seguiu, não que fosse de sua vontade, mas parecia necessário. Sua saída daquele ambiente era maior do que apenas retirar-se dali, era como se estivesse pondo um ponto final, mas pensou "pontos finais são colocados em frases que possuíram um inicio" e ironicamente riu porque notou mais uma vez que nada havia iniciado e deste modo não haveria nada que necessitasse de pontos. E o texto assim como a sua vida, muitas vezes precisava de um fim, mas este como tantos outros se basearam em reticências e como ela bem sabe, momentos assim ficam como feridas abertas, precisando antes de tudo de uma limpeza, precisando remover a sujeira para colocar um remédio e só depois, um curativo. E com essa metáfora, ela fechou os olhos e dormiu.