quinta-feira, 19 de julho de 2012

Paradise

"Um amor desesperado é sempre o tipo mais difícil de amor" (Comer, rezar, amar)
 Sim, começar um texto com uma citação não é a melhor forma, mas quando se quer falar sobre esse trecho, é válido que ele fique num lugar privilegiado, ou seja, no inicio. Bem, por que quando um relacionamento não dá certo você se atira em outro? Isso é facilmente explicável, pelo fato de que não quer curar a dor sozinha, quer sanar aquela falta deixada pelo ex indo em busca de um atual, achando que é a melhor maneira para curar aquele imenso vazio deixado nos dias, porém é ai que ocorre talvez o maior de todos os erros, você não precisa de ninguém para ser feliz, você tem que aprender a gostar da sua companhia, gostar de como você é quando está nua, gostar de como você é quando está maquiada, enfim.. você precisa aprender a gostar de si mesma antes de gostar de outras pessoas, porque não há melhor companhia no mundo do que a si própria, e é talvez isso que as pessoas não entendam, e é realmente isso que elas temem, temem ficar sozinhas, quando não percebem que o melhor remédio é o auto conhecimento. Por isso, há pessoas que possuem vários relacionamentos durante um pequeno espaço de tempo, pelo fato de que elas não conseguem absorver nenhum aprendizado com o término de um relacionamento e já partem para outro, elas vão se doando aos pouquinhos para vários e no fim, os pouquinhos nunca se tornam muito e por isso elas ficam assim, "pulando de galho em galho" porque elas simplesmente temem  ficar sozinhas numa noite gelada. Escrevendo aqui parece muito simples, mas não é, é preciso ter muita mais força do que se imagina, é  preciso, por exemplo, rir sozinha assistindo um filme, são atos banais que precisam fazer a diferença para que você aprenda que não há pessoa que vá te entender melhor do que você mesma, portanto, ame a si mesmo, mesmo quando você está naqueles dias insuportáveis, mesmo quando você sai do banho, mesmo quando você está um lixo, é preciso amar a si mesmo sempre.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

3F

Sentada na cama diante daquele velho abajur, olhando fixamente para aquela pequena e ao mesmo tempo grande luz, foi quando notou que havia perdido a pulseira que tinha ganhado dele. Desesperada, procurou "feito louca" e não a encontrou, foi quando aquela sensação de perda a possuiu, só agora tinha notado que a única coisa que havia restado, por fim, não restava mais. E agora, como conviver com aquela sensação de perda?! Ela sabia que já tinha o perdido há muito tempo, mas algo material ainda estava ali presente e de certa forma "marcando" o seu corpo com um velho sentimento, foi quando pensou, velho? Não, não, não tão velho assim porque ainda estava ali, presente. Que ironia, ausente tão presente, mas muitas coisas são assim na vida, esses opostos que se disputam por possuir os nossos sentimentos. Os dias foram passando e o aperto foi aumentando, ela necessitava daquela pulseira para se sentir "completa", ela queria ver aquela bijuteria no seu braço, acompanhando ela onde quer que fosse porque era assim que ela se sentia, "acompanhada" dele. Porém, quanto mais procurou, mais difícil ficou de encontrar, quis por muitas vezes pensar que era coisa de destino, mas ela não acreditava em destino, então tentou de várias formas se confortar com o desapego, mas não conseguia, era mais forte que ela, ela definitivamente não queria de forma alguma se desapegar daquelas lembranças, não sentia saudades, somente lhe agradava lembrar. Finalmente, percebeu que há coisas na vida que se perdem e que jamais podem ser recuperadas, da mesma forma como um anel pode cair no cano da pia e se ir, ou como sentimentos podem se perder ao longo da convivência, sejam bens materiais ou abstratos, algumas coisas se perdem pelo fato de que não foram contrúidas para durar, sem tragédias, apenas destrutíveis. Fim