segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O pra sempre, sempre se vai.

Recordo bem o dia em que te vi pela primeira vez, eu no meio de tantas pessoas, era só mais uma, estava ali não porque devesse estar, mas porque algo me levou até ali, talvez o destino. Fiquei ali por horas seguidas e como de costume sai e fui para casa. Até esse episódio tudo estava acontecendo de forma normal, os dias iam se passando, as horas pareciam eternidades e mais um dia fui guiada até você, no mesmo lugar, com pessoas diferentes, com propósitos diferentes e caminhos completamente distantes, naquele dia algo "mágico" se assim posso chamar, aconteceu, os olhares maliciosos acompanhados de sorrisos, as pernas tremendo e as mãos suando, como se tudo aquilo nunca tivesse acontecido antes. E outra vez, fui para casa, mas com outra sensação, uma sensação de desejo iremediável.
Alguma coisas sempre chamam a atenção, algum pequeno detalhe sempre fica na lembrança, aquele olhar de desejo, as mãos percorrendo o corpo, a respiração ofegante, o desejo pelo outro. São lembranças como essas que me perseguem noite e dia, que me fazem pensar em você o tempo todo, me fazem querer uma vida com você, e os dias vão passando, e o desejo continua aumentando, quando sei que não deveria senti-lo e muito menos apreciá-lo. São lembranças de horas juntos, de uma pequena parte da minha vida, mas que hoje são quase toda a vida.

domingo, 4 de setembro de 2011

O que se perdeu no caminho?

Algumas coisas marcam, por exemplo: o toque do celular. Sim, posso explicar, aquela música escolhida porque tem uma batida legal, ou porque a letra é interessante ou porque você gosta da cantora, enfim.. inconscientemente você escolhe um toque e ele marca, ainda mais quando você sabia quem iria ligar...
E conforme a música se desenrola, lembranças vem a sua mente, como se fosse rebobinar uma fita velha, você sabe exatamente a cena, mas volta ela mil vezes meio que para revivê-la aproveitando cada minuto que na realidade você não aproveitou.
E a cada instante você pensa: " por que eu não fiz o que tive vontade?" E ai mil respostas vem a sua cabeça, não seriam respostas, mas sim desculpas para não se ferir com a verdade, quando você sabe no fundo que deveria ter feito, que não deveria ter medido seus movimentos, que deveria ter se entrelaçado, que deveria ter apertado sua mão e que deveria ter dito: " estou morrendo de saudades" um minuto depois de soltá-lo.
Quando chega em casa, se joga na cama e nesse momento não é oxigênio que está lhe mantendo viva, mas sim a felicidade, os olhos se enchem de lágrimas e elas lhe transbordam pela face, quase que numa fração de segundos depois você se pega sorrindo, rindo a toa, transbordando felicidade.
Você dorme e acorda sorrindo, pode estar chovendo, mas você não se importa em ter que calçar aquelas velhas botas de couro e sair com um guarda-chuva.. Mesmo que os papéis da reunião sejam esquecidos encima da mesa, mesmo que todo o trabalho tenha que ser refeito, e até mesmo que uma xícara de café venha cair por sua roupa, nada disso.. nenhum acontecimento vai lhe tirar da cabeça a única coisa que lhe fez levantar e ir pra sua rotina que até então era entediante.
Depois da tempestade vem o arco-íris, já dizia o velho ditado, e assim como as folhas caem no outono e florescem na primavera, o amor também pode florir e desabrochar em determinadas épocas do ano.
Depois de meses, você reconstrói um murro, uma espécie de barreira material contra sentimentos abstratos e você quer acreditar que um pedaço de matéria quase que bruta poderá te proteger, mas como os furacões que destroem até as casas mais resistentes, o amor também destrói barreiras..
É, e ai todo o ciclo recomeça, primeiro a fantasia, o prazer do novo, depois a mesmice e por fim, o fim.. Se até mesmo nós seres humanos fomos feitos com validade, com o amor não seria diferente, o que muda é a duração do ciclo, a intensidade é o que transforma tudo e o que faz do mesmo ser algo inexplicável..