terça-feira, 15 de maio de 2012

Reocupação

Metaforicamente, pessoas são como livros em prateleiras. Normalmente julgamos pessoas pela aparência e da mesma forma julgamos livros pelas capas e só depois de gostarmos da capa, partiremos para a leitura do prefácio; da mesma forma fazemos isso com pessoas, quando as mesmas nos atraem fisicamente, queremos conhecer a sua personalidade, não sendo hipócrita, mas é óbvio que a aparência é importante, talvez, muito talvez não seja tudo, mas é fundamental saciar os nossos olhos com algo/alguém que nos atraia. Cronológicamente, se gostarmos do enredo possivelmente compraremos o livro, embrulhado ele será e o seu mais novo destino é a nossa casa. Em casa, o devoraremos ferrozmente e depois colocaremos na estante velha da sala e ali ele fica, estaticamente esquecido.. Quando este livro nos agradou de tal forma ele merece um lugar de destaque, portanto colocaremos no lugar mais alto da estante, da mesma forma os que não gostamos ficam mais embaixo e assim segue a lógica; dificilmente vamos reler algum desses livros e só o fizemos quando realmente sentimos vontade de reler aquele livro, até porque novos livros virão.. Com essa mesma atitude, lidamos com pessoas, primeiro nos "apaixonamos", depois começamos á conhece-las e depois de um tempo são deixadas de lado, algumas marcam e ficam na memória e outras apenas figuram os nossos dias; as vezes recaimos e corremos atras daquelas marcantes, mas sempre existem novas pessoas. Os livros quado relidos podem perder o encanto e podem reocupar um novo lugar na estante, da mesma forma as pessoas que de inicio podem nos cativar, um tempo depois podemos perder todo aquele encanto, estas perdem então seu posto e reocupam novos lugares. Sendo assim, a vida é uma eterna mudança, os gostos mudam, as necessidades mudam, os objetivos mudam.. Tudo muda e nada é eterno, é um ciclho vicioso, reocupando lugares..

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Olhos claros

Foi ali naquele ambiente tão inesperado que os seus olhares se encontraram, foi ali que ele olhou e ela correspondeu, o desejo visível.. Ambos alienados pela rotina fez com que o convívio demorasse pra acontecer e entre idas e vindas com tantas bagagens, finalmente um encontro aconteceu, não um encontro como costumeiramente pensamos, apenas um encontro casual, com poucas palavras e apenas um abraço caloroso, foi ali que se encontraram novamente, o toque do lábio na bochecha dela, o afeto apertando-a em seus braços.. E em minutos tudo acabou. E ela foi, deu as costas pensando constantemente:"Se eu tivesse ficado ali.." e o arrependimento lhe possuindo inteiramente. Saiu portão a fora e foi pelas ruas cheias de almas perdidas, pessoas vazias apressadas e sem tempo que mal olham uma para as outras e ela ali querendo apenas ser notada por alguém, implorando um cuidado alheio.. Os dias foram passando e a internet vivendo nesse paradóxo, aproximando quem está longe e afastando quem está perto fez com que a aproximação fosse demorada e ela até aconteceu vez ou outra, sairam para conversar noite a dentro e o desejo ficou ali "esquecido".. Toda vez que o vê é como se ela nunca tivesse conhecido ninguém como ele e de certa forma nunca conheceu e é isso que encanta ela, ele é diferente de todos e ela sabe disso, talvez seja uma visão romântica do amor que rodeia as mulheres, mas ela só quer que ele olhe pra ela e queira o que ela quer, ela só quer se sentir segura nos braços dele, ela só quer.. O que ainda não teve com ninguém. Os dias passam e aquele velho clichê:"O tempo não tem volta.."