domingo, 4 de setembro de 2011

O que se perdeu no caminho?

Algumas coisas marcam, por exemplo: o toque do celular. Sim, posso explicar, aquela música escolhida porque tem uma batida legal, ou porque a letra é interessante ou porque você gosta da cantora, enfim.. inconscientemente você escolhe um toque e ele marca, ainda mais quando você sabia quem iria ligar...
E conforme a música se desenrola, lembranças vem a sua mente, como se fosse rebobinar uma fita velha, você sabe exatamente a cena, mas volta ela mil vezes meio que para revivê-la aproveitando cada minuto que na realidade você não aproveitou.
E a cada instante você pensa: " por que eu não fiz o que tive vontade?" E ai mil respostas vem a sua cabeça, não seriam respostas, mas sim desculpas para não se ferir com a verdade, quando você sabe no fundo que deveria ter feito, que não deveria ter medido seus movimentos, que deveria ter se entrelaçado, que deveria ter apertado sua mão e que deveria ter dito: " estou morrendo de saudades" um minuto depois de soltá-lo.
Quando chega em casa, se joga na cama e nesse momento não é oxigênio que está lhe mantendo viva, mas sim a felicidade, os olhos se enchem de lágrimas e elas lhe transbordam pela face, quase que numa fração de segundos depois você se pega sorrindo, rindo a toa, transbordando felicidade.
Você dorme e acorda sorrindo, pode estar chovendo, mas você não se importa em ter que calçar aquelas velhas botas de couro e sair com um guarda-chuva.. Mesmo que os papéis da reunião sejam esquecidos encima da mesa, mesmo que todo o trabalho tenha que ser refeito, e até mesmo que uma xícara de café venha cair por sua roupa, nada disso.. nenhum acontecimento vai lhe tirar da cabeça a única coisa que lhe fez levantar e ir pra sua rotina que até então era entediante.
Depois da tempestade vem o arco-íris, já dizia o velho ditado, e assim como as folhas caem no outono e florescem na primavera, o amor também pode florir e desabrochar em determinadas épocas do ano.
Depois de meses, você reconstrói um murro, uma espécie de barreira material contra sentimentos abstratos e você quer acreditar que um pedaço de matéria quase que bruta poderá te proteger, mas como os furacões que destroem até as casas mais resistentes, o amor também destrói barreiras..
É, e ai todo o ciclo recomeça, primeiro a fantasia, o prazer do novo, depois a mesmice e por fim, o fim.. Se até mesmo nós seres humanos fomos feitos com validade, com o amor não seria diferente, o que muda é a duração do ciclo, a intensidade é o que transforma tudo e o que faz do mesmo ser algo inexplicável..

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