quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Luz dos meus olhos.

Esses dias fizeram-me a seguinte pergunta: "Não achas triste viver a vida sozinha?"
Em meio a tantas indagações, eu te respondo: sim. As vezes a vida sozinha se torna um fardo pesado demais, é como caminhar por entre os becos escuros da cidade e inventar um amigo imaginário para conversar, são essas infinitas ausências, seguidas pelo irritante tic-tac do relógio que só te prova que o tempo está passando.. É claro que tudo na vida são consequências de escolhas, escolher não dividir sua vida com alguém acarreta que você irá chegar em casa depois de um dia exaustivo e a única voz que ouvirá será a da jornalista durante o jornal, ou da mesma forma que só haverá uma taça de vinho durante o jantar e  você terá que se acostumar a andar consigo mesmo, sempre. Há também que suportar a solidão durante aqueles dias chuvosos em que você imagina um milhão de programações a dois, ou avista uma poltrona que cairia muito bem na sua sala, aquelas típicas cenas de famílias felizes onde o marido está assistindo o jogo do seu time, os filhos brincam sentados no tapete da sala e a mãe borda uma toalha, apaga isso dos teus sonhos. Não dividir a cama com alguém é muito mais do que apenas ter uma presença na sua casa, quando decide compartilhar, compartilha também você e toda a sua bagagem e talvez seja justamente esse o fato de pessoas optarem por viverem suas vidas sozinhas, há inúmeras baladas lá fora com pessoas vivendo imensamente felizes e que transmitem ser o paraíso, mas são pessoas vazias que afogam suas mágoas em copos de bebidas e no fim da noite estão da mesma forma que a iniciaram, sozinhas. Não as julgo, sou dessas também, mas e quando tudo isso deixa de fazer sentido? Quer dizer o que? Que você está pronto para se dividir? Sinceramente, não sei.. Caminho sozinha e avisto tantos casais, vez ou outra bate aquela pontinha de inveja, também queria me descobrir com alguém, dividir a minha vida, a solidão é boa, mas cansa, o vento soprando e ninguém para me abraçar, coisas pequenas e bestas que começam somar depois de dias longos e difíceis.

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